Referendo

Gabriel, como sempre, foi nos ajudar a votar.

Os guris tem uma predileção por armas. Tentamos não comprar mas é complicado evitar presentes. Armas de empunhadura ele não possui, mas alguns brinquedos (soldados) as possuem. Para fazer uma arma basta cerrar a mão e esticar polegar e indicador, ou pegar um pedaço de madeira, um lego em L e pronto: bang! bang! (ou como faz o Gabriel: piu!piu!)

Gabriel acompanhou a votação de ambos. No final da minha leu o FIM e saiu comentando para todos da fila:

- Você votou no SIM? Você quer armas? Por que votou no SIM.

Ao que eu tentava responder:

- Bi! Tu leu FIM! FIM!!!

 

Votei no Não apesar de ser contrário a posse/porte de armas. Três acidentes marcaram uma fase de minha vida: um assalto a mão armada, um acidente com uma arma de ar comprimido e o testemunho de uma morte. Sem falar de um participar de uma briga onde um amigo sacou uma arma por motivo fútil.

Arma na nossa casa: Não! Direito de posse: SIM. Este referendo foi muito confuso, sim ou não?

Objetos?

Visita ao Mercocycle. Nona edição de um encontro de motoqueiros aqui em Santa Maria.

Evento a duas quadras de casa. Na volta Gabriel pergunta sobre quem não tem carro.

- O que eles usam? - Pergunta Gabriel.

Respondemos que estes usam ônibus ou andam a pé.

A conversa envereda por pessoas pobres. Ele tem se impressionado com um idoso pedinte.

Lá pelas tantas comento que tem gente sem sapatos.

- O que eles usam?

A conversa segue e a pergunta sempre são as opções: O que eles usam?

Chega um ponto que dissemos que existem crianças sem pais:

- O que eles usam?

Senti-me um pai objeto.

 

Nestes últimos dias temos passeado com nossa Monark (72). Aquelas de entregar jornal.

Somem falta de preparo físico, uma bicicleta de ferro, hiper-pesada, e um guri de 24 kg sentado na frente, e teremos um pai que chega destruído. Destroçado.